Num certo inverno no início do século XXI, numa pequena e sombria cidade industrial do nordeste da China, Li Yueying, de 21 anos, procurava desesperadamente por oportunidades de trabalho e futuro. A sua realidade central era o retrato de uma família desfeita. Naquela cidade, ela conheceu um homem com deficiência física que lhe encomendou a entrega de uma pintura chinesa em Shenzhen, a zona económica especial do sul da China, situada do outro lado de Hong Kong. Finalmente, ela alcançou o mundo exterior, apenas para descobrir que o homem lhe fizera uma promessa vazia. Apesar das dificuldades, em vez de regressar a casa, decidiu ficar. Em Hong Kong, no ano de 2008, Xie Jennie (Jenny), prestes a divorciar-se, encontrava-se no escritório do seu advogado. Nascida numa aldeia do interior da China, mudou-se para Shenzhen como trabalhadora migrante e casou com um cozinheiro de Hong Kong. Apesar de ter finalmente chegado a Hong Kong, agora via-se perante as câmaras de um documentário, com lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto enquanto reflectia sobre o seu destino. Jenny decidiu voltar a Shenzhen para uma visita, mas inesperadamente cruzou-se com Li Yueying – a personagem da história fictícia – nas ruas da cidade. Os seus caminhos cruzaram-se num momento específico das suas jornadas pessoais, completamente alheias à existência uma da outra. Eram duas pessoas, mas partilhavam histórias passadas e futuros que se entrelaçavam como possibilidades mútuas.